segunda-feira, fevereiro 16

Polémica Gay

Muito se tem ouvido falar ultimamente do casamento entre homossexuais, confesso que depois de tanto disparate e opiniões completamente animalescas achei que deveria abordar o assunto aqui no tasco.

Para que fique já esclarecido sou completamente a favor do chamado casamento gay, não vejo o porque de tanta confusão, não entendo porque é que a Igreja anda a meter o bedelho onde não é chamada. Sempre ouvi dizer (e segundo consta é algo que faz parte da Constituição da República Portuguesa) que todas as pessoas são iguais aos "olhos" da lei, quer nas suas obrigações como nos seus direitos, e se assim o é não vejo razão para tamanho rebuliço que se tem levantado em relação a este assunto.

Se duas pessoas do mesmo sexo desejam casar, quem somos nós para dizer que não podem? Se exigimos exactamente as mesmas coisas, os mesmo impostos, as mesmas regras qual é o motivo de impor uma regra idiota que não os permite casar?! Ah e tal é contra natura! Carisssimos, façam-se homemzinhos e apareçam, quem sou eu para impedir duas pessoas que se amam de partilharem a sua vida e de terem os mesmos direitos que qualquer outra?

Acham justo que, se num casal homossexual, uma das pessoas ficar incapacitado de tomar uma decisão por motivos de doença, o seu companheiro não poder tomar decisões porque afinal de contas não é membro da familia?! Acham normal que, após terem vivido uma vida conjunta, criado riquesa como todos nós, se caso algum dos dois morrer o outro não tem direito a fazer parte da herança porque não é familia?!

Agora imaginem que alguém vos dizia que não podia casar com o vosso/vossa respectivo só porque eram do Alentejo, Beira Interior, do Minho... como é que isso vos faria sentir? Imaginem que vos proíbiam de casar porque a outra pessoa era de uma religião diferente, de uma cor diferente, de um país diferente... Ninguém está a obrigar ninguem a gostar ou não gostar, estamos a falar de direitos legais e nesse caso não há nada para gostar, a lei está escrita portanto é uma questão de a cumprir.

Mas se a questão do casamento já era polémica nem me ponham a falar da questão da adopção. Para clarificar já as coisas digo desde já que, sendo a favor do casamento gay, sou igualmente a favor da adopção por pessoas homossexuais. Não vejo qualquer inconveniente de um casal gay adoptar uma criança, são seres humanos como todos nós, têm amor e carinho para dar, o facto de serem do mesmo sexo não os torna emocionalmente deficientes.

"Mas sendo homossexuais vão forçar a criança a ser" - É aqui que eu penso "cambada de animais", mas estas pessoas... estes tais gays não nasceram de uma relação hetero?! Não tiveram eles um papá e uma mamã?! Se então tiveram porque é que se tornaram "diferentes"?! Acho que é preferivel tirar uma criança do sistema e leva-la para uma casa onde é amada, cuidada, acarinhada, e para tal não importa se essa criança tem dois paizinhos ou duas mãezinhas... importa apenas que é amada e não mais um numero...

"Mas a criança será gozada pelas outras crianças!" - É verdade, e infelizmente as crianças conseguem ser muito maldosas e crueis quando querem, mas isto apenas nos obriga a explicar a situação e a ensinar tolerância... Penso que seja tudo uma questão de tempo e a miudagem não é burra, eles aprendem depressa e sabem destinguir o certo do errado...

"Mas a criança pode ser abusada, maltratada!" - Para estas pessoas só vos posso dizer "deixem-se de merdas! o ser gay não torna uma pessoa num predador sexual! A probabilidade é exactamente a mesma...

Minha gente, se em tempos a descriminação foi contra os direitos da raça negra, contra os direitos da mulher, contra os direitos da minorias foi apenas por uma questão de preconceito. Para quê repetir os mesmos erros?!

6 comentários:

Bruno Fehr disse...

Sou a favor do casamento gay!
Sou contra a adopção gay!

Sou contra, não porque os gay sejam piores pais ou piores mães, eles são capazes de dar tanto ou mais amor que um casal hetero, podem dar educação, estabilidade emocional, podem dar um futuro. Podem dar tudo o que o casal hetero dá.

O problema é a possibilidade já comprovada de homossexualidade educativa.

- Uma criança tem como primeiro exemplo os seus pais.

- Uma criança, não é um adulto em miniatura, logo a sua personalidade é moldada de acordo com o seu ambiente familiar.

- Uma criança que tem um pai e um pai, ou uma mãe e uma mãe, verá a relação entre o mesmo sexo como normal. E é normal, mas a criança poderá não estar geneticamente predisposta para a homossexualidade, mas com toda a certeza terá a sua primeira experiência sexual com um elemento do mesmo sexo.

Podem dizer que o que digo é discutível e é. Mas por isso mesmo, os estudos recentemente iniciados, bem como as discussões, devem ser mais estudadas, mais discutidas até dar um passo desta dimensão. Em primeiro lugar as crianças e o seu bem estar.

Um casal heterossexual poderá educar um filho gay, tal como um casal homossexual, poderá educar um filho hetero. A primeira possibilidade tem origens genéticas, a segunda tem origens educativas.

Dou como exemplo duas amigas pessoais em que uma trabalha na minha empresa. Por a adopção ser ainda ilegal, uma delas com o consentimento da outra resolveu engravidar de forma natural (a vantagem das lésbicas sobre os gay), mas como a inseminação artificial não é também ainda autorizada a lésbicas, ela teve a ajuda de um amigo.

A criança é hoje, uma menina com 3 anos e agora ambas as mães estão com um problema com o qual não sabem lidar. A menina quando brinca com Barbies, faz casais de Barbie com Barbie, casais lésbicos e não sabe o que fazer ao Ken, que é normalmente um boneco que fica de parte.

A minha colega pergunta o seguinte:

"Como posso eu dizer à minha filha que deve fazer um casal Barbie com Ken, quando tem duas Barbies como mãe?"

"Como posso eu trazer o pai como homem para perto da minha filha, quando o pai faz casal com um Ken?"

Um hetero pode educar o filho, dizendo que a homossexualidade é excepção e deixá-lo crescer com a imagem hetero que tem em casa. Ao atingir a puberdade, irá ter a sua experiência sexual, nem que seja só um beijo, com o sexo oposto.
Um homossexual não poderá dizer ao seu filho que os pais são excepção, pois isso seria hipócrita e algo com o qual qualquer homossexual não concordaria.

Quando discuti este assunto no meu blogue, um dos pelos menos dois gay masculinos que acompanham o meu blogue afirmou "sou contra a adopção por parte dos gay, pois os casais masculinos são regra geral infiéis". O outro não tinha opinião formada. Acho que nos únicos dois gays assumidos que me comentam, um ser contra e o outro não ter opinião é uma má estatística. Demonstra divisão no seio homossexual, onde a adopção é largamente defendida pelo universo feminino.

Temos de ter em consideracao que até nos casos de divóricio, raramente os filhos sao entregues ao pai. Uma discriminacao das capacidades educativas masculinas.

Ou seja, haverá mais direitos no universo gay masculino, onde dois homens poderão adoptar uma crianças, mas um hetero homem ainda não pode (dizem que pode, mas é colocado no fim da lista, na zona das impossibilidades).

A homossexualidade educativa é um risco e poderão surgir forma educativas de a prevenir.
Até que elas surjam o tema tem de ser estudado, a homossexualidade tem de ser estudada, soluções encontradas.

Nao podemos legalizar a adopção de qualquer maneira, baseados no amor, há outros factores a considerar.

Primeiro resolvam os entraves legais à adopção hetero, que demora anos. Segundo resolvam os entraves legais à adopção por parte de casais não casados. Terceiro, resolvam os entraves legais à adopção de singles, que não teem menos capacidades de amar, educar que um casal. Quarto, realizem estudos sobre o verdadeiro impacto da educação gay numa criança sem ligação genética. Quinto e aqui sim, poderem a adopção gay, após tudo ser devidamente ponderado.

Mais direitos para os gay, sim. Mas tudo de uma vez, não!


PS: desculpa lá o comentário maior que o texto, mas eu tenho uma opinião muito forte sobre este assunto.

Feitiozinho disse...

Confesso que nunca vi nenhum estudo que confirme se a escolha sexual dos pais pode influenciar ou não a opção dos filhos, pela realidade com que tenho contactado isto não se verifica, ou pelo menos até agora não se verificou. Acredita que já presenciei histórias muito mais macabras vindas de casais hetero: desejar uma filha e nascer um filho, vestir a criança como menina até a deformar psicologicamente. Honestamente, entre a opção da criança ficar numa instituição social ou encontrar uma casa (mesmo sendo homossexual) escolheria sempre a segunda opção.

Agora concordo contigo quando dizes que não pode ser tudo de uma só vez, até porque se assim fosse teríamos um colapso da sociedade portuguesa, mas acho que é algo que deve ser abordado.

Sofia disse...

Sou a favor de ambas as coisas. A educação das crianças depende se as pessoas sabem ou não educar. Se têm a paciência e o amor necessários. Acho que é tudo uma questão de mudança de mentalidades. Antigamente também era impensável uma mãe educar um filho sozinha porque era preciso o 'pai'. E hoje em dia, o que não faltam para aí são mães solteiras!
Com amor e vontade tudo se consegue!

Pepita Chocolate disse...

não sou a favor nem contra!
cada um tem a liberdade de pensar e agir...Cabe a cada um zelar pelos seus interesses!

:)

Salto-Alto disse...

Mais uma vez, temos opiniões semelhantes!


Lamento não passar aqui com tanta frequência como costumava e como gostaria, mas nos últimos dias tem sido mesmo impossível!

Beijinhos grandes e obrigada pelos comentários!!!

Bruno Fehr disse...

"Confesso que nunca vi nenhum estudo que confirme se a escolha sexual dos pais pode influenciar ou não a opção dos filhos"

Nao é a escolha dos pais é o isolamento actual, em que os filhos são criados em casa e não há confronto com a heterossexualidade. Nao é a escolha dos pais, mas sim o exemplo que a criança toma como modelo.

Já foi comprovado que uma crianca negra poderá ser educada por uma casal branco pensando que é branca e vice-versa, o risco aqui é o mesmo.

"Acredita que já presenciei histórias muito mais macabras vindas de casais hetero: desejar uma filha e nascer um filho, vestir a criança como menina até a deformar psicologicamente."

Casos pontuais que serão mínimos comparados com a quantidade de homossexuais a querer adoptar. E merda educativa fazem heteros e vao fazer os gay também.

"Honestamente, entre a opção da criança ficar numa instituição social ou encontrar uma casa (mesmo sendo homossexual)"
escolheria sempre a segunda opção."

Concordo, mas há mais factores a considerar, eu acho que um estudo tem de ser efectuado.

Tal como te disse, há imensos casais a querer adoptar, há imensos solteiros a querer adoptar, não entanto não os deixam e não é por questões financeira. Temos muitas coisas a resolver no campo da adopção.

Agora concordo contigo quando dizes que não pode ser tudo de uma só vez, até porque se assim fosse teríamos um colapso da sociedade portuguesa, mas acho que é algo que deve ser abordado.