Na cidade nada se movia, apenas o vento com a sua doce melodia a ecoar pelos meus cabelos. E numa tarde uma lágrima chorei, uma gota de água me caiu pelo rosto, mas não por felicidade, lágrima de dor chuvida por aqueles que aprendi a amar. E numa noite divaguei pelo mundo dos sonhos, mundo onde sou senhora e rainha, dona absoluta da verdade, amada e temida, um mundo onde não consigo viver... Aprendi a odiar, aprendi a sofrer e o dia que passei é retrato perfeito do tempo em que vivo...
Qual a diferença da cidade cheia de gente na qual sou desconhecida por todos? Qual a diferença entre o azul do céu que tanto amo num lugar em que tudo se limita ao preto e branco?
Cada vez que saio da Ostra que me protege sinto-me ofendida, desrespeitada, agredida pela sociedade que me envolve e impõe regras sem sentido ou compreensão alguma, porque serei eu a abrir mão perante aqueles que nada fazem para me ajudar quando preciso, é nestas alturas que entendo como se sentem os loucos, e agora que penso nem sei se loucos são, poderei eu chamar doente a uma pessoa que apenas tentou mudar a maneira de ver das coisas, sou tão louca quanto eles, louca por tentar convencer-me de que tudo está bem, pois estou bem no fundo da caverna, quieta e quente, tenho tudo o que preciso!
Quando penso que está tudo perdido aparece uma força, não força de amor, nem tão pouco de alguém, uma força só minha, algo que vem a gritar da minha alma e que me diz que não posso baixar sempre a cabeça, algo que me faz lutar por mim, pelos meus sonhos e até mesmo pesadelos...
Achas que estou louca?
4 comentários:
Tá doida a mulher! LOLOL :P AH... fim de semana :P
Post brutal!
O problema das ostras é que têm de se abrir de vez em quando, para descomprimir o que está lá dentro!
qqcoisa: não está, sempre foi :)
htsousa: é verdade, mas nem sempre gostamos da pérola negra que nos aparece... estamos habituados à branca, redonda e reluzente... enfim...
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